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Mais de 6,5 mil pessoas prestigiam a 3ª edição do Festival LED

Inscrições do Prêmio LED estão abertas até 12 de agosto

A terceira edição do Festival LED – Luz na Educação reuniu presencialmente mais de 6,5 mil pessoas nos dois dias de evento no Rio de Janeiro. Foram 133 horas de programação em seis palcos, com um total de 256 palestrantes, 36 artistas e jornalistas da Globo e ativações de 33 parceiros externos. Os conteúdos dos palcos LED Inspira e LED Inova estão disponíveis no g1 e no Globoplay.

O segundo dia do festival começou com o ‘imortal’ Ailton Krenak, recém-empossado na cadeira de número 5 na Academia Brasileira de Letras, dando luz à ancestralidade dos povos originários. De pés descalços e muito à vontade, Krenak, que já escreveu 11 obras, foi enfático ao dizer que “não é possível terceirizar a educação das crias”. “Nós fizemos uma confusão e falamos da escola como sinônimo de educação. Se ninguém for até lá, é um prédio vazio. Educação acontece em outro plano, é o que imaginamos como identidade, herança ancestral, parentescos. Hoje a experiência contemporânea não se estende por mais de cinco gerações”, pontua o autor.

Temas como racismo, machismo, inclusão e a tecnologia aplicada à educação também permearam o sábado do Festival LED. A encenação de um trecho do monólogo “Macacos”, do diretor e dramaturgo Clayton Nascimento, extasiou uma plateia. Clayton se juntou ao escritor e colunista Jeferson Tenório, à atriz Vilma Melo e à apresentadora Rita Batista e relatou como a peça promoveu um impacto social inédito no Brasi: a repercussão ajudou a reabrir o inquérito policial que investiga a morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, assassinado por um tiro de fuzil enquanto brincava na porta de casa. “Nessa hora que a arte mostra o seu verdadeiro papel. Não interessa se é uma peça, uma aula, um filme, o que importa é a mensagem e a troca, o que deixamos como legado”, declara Nascimento.

Andréia Sadi mediou a conversa sobre educação de meninos, que teve a participação do psicanalista e professor Christian Dunker, da jornalista e podcaster Isabela Reis e do psicanalista e educador parental Thiago Queiroz. Os palestrantes refletiram sobre quebras de paradigmas de uma educação que reforça a desigualdade de gênero. Apesar da consciência e preocupação em não reforçar os estereótipos de gênero em casa, eles defenderam que não é possível criar meninos e meninas da mesma forma. “A sociedade atravessa meninos e meninas de jeitos diferentes. É preciso estar atento para contrabalancear a visão que vão trazer de fora, pois não temos como mantê-los numa bolha de cristal”, lembra Queiroz. Isabela também propõe mobilizar a comunidade escolar e estabelecer limites entre quem convive com as crianças. “Nós somos defensores dos nossos filhos. Vamos ter que segurar esse constrangimento. Não adianta cobrar só a escola e, dentro da própria família, reproduzir sem censura certos discursos”, reforça Reis.

O impacto das redes sociais na educação também foi o fio condutor da conversa com a participação dos influenciadores Felipe Neto e Pequena Lô, além do professor Jayse Ferreira. Indicado como um dos melhores docentes do mundo, Ferreira aponta como primordial incentivar nos estudantes a terem senso crítico para analisar o tipo de conteúdo que recebem nas redes sociais. “Falta as escolas se abrirem para esse mundo, pois muitas ainda são calcadas numa forma de ensino antiquada”, afirma o professor. Felipe Neto e Pequena Lô reforçaram a responsabilidade dos influenciadores em se posicionar sobre os assuntos, tendo a ética como ponto de partida.

Um dos momentos mais descontraídos da programação foi conduzida pelo apresentador Fábio Porchat, que reuniu histórias divertidas de professores no Brasil. Mario Sérgio Cortella contou que, no início de sua carreira como professor, foi a Sergipe e uma colega lhe perguntou: “você quer mungunzá?”. Ele preferiu recusar a oferta, com medo de se meter em alguma enrascada. Logo em seguida, descobriu que mungunzá é sinônimo de canjica, como o prato à base de milho é chamado no Paraná, sua terra natal. Além de boas risadas, o painel ainda reservou um momento especial, quando Porchat foi surpreendido com a chegada de Teresa Dias, sua professora no Ensino Fundamental.

O entretenimento como ferramenta de educação foi o tema do painel “Novas janelas de aprendizagem: entretenimento que ensina”, com a participação do ator Babu Santana, do roteirista Lucas Paraizo, do professor Roberto Fernandes Sousa, além de mediação da diretora e roteirista Susanna Lira. “Levar à reflexão é a maior força que existe no nosso trabalho”, destacou Babu, que está no elenco da nova série Original Globoplay ‘O Jogo que Mudou a História’. Roteirista responsável pela série ‘Os Outros’, outro Original Globoplay, Lucas Paraizo acredita que as obras audiovisuais são um caminho de criar debates sobre o cotidiano. “Em ‘Outros’ a premissa é: o que acontece quando todo mundo acha que tem razão? Nós jogamos essa pergunta para o público e, fazendo isso, trazemos a audiência para participar da conversa”, avaliou.


Vencedores Desafio LED

Marcos Mion encerrou o dia apresentando os cinco projetos vencedores do Desafio LED – Me dá uma luz aí. A estudante de 21 anos Nathália Peixoto Dos Santos, de Hortolândia (SP), foi a grande vencedora e levou R$85 mil. Cursando Análise e Desenvolvimento de Sistemas (IFSP), ela defendeu seu projeto “SmartVideosEdu: Sistema Personalizado de Recomendação de Vídeos Educacionais”, que atua como uma ferramenta de apoio ao ensino em sala de aula. Em segundo lugar ficou o estudante Raislúcio De Carvalho Leal, de 21 anos, de Belém do Piauí (PI), que apresentou o “O Voz Ativa”, uma plataforma colaborativa que busca tornar a educação acessível para estudantes com deficiência visual no ensino superior e também levou R$85 mil.

O prêmio R$ 60 mil ficou reservado para Tabatan Tania Da Silva e seu projeto “Brasil Leitor. Já R$ 40 mil foi o quarto lugar, Eduardo De Sousa Silva Basilio, dono do projeto “Lêcomigo”, e R$ 30 mil foram destinados ao quinto colocado, Márcia Miyuko Yamaguchi, e seu projeto “Acessaí: Acessibilidade ao alcance das mãos”. Foram mais de 2,4 mil inscrições para a seleção de 80 estudantes.

A quarta edição do Prêmio LED, que vai distribuir R$ 1,2 milhão, está com inscrições abertas até o dia 12 de agosto. O Movimento LED – Luz na Educação é uma iniciativa da Globo e da Fundação Roberto Marinho para dar visibilidade e incentivar práticas inovadoras na educação brasileira.

Conteúdos dos palcos LED Inspira e LED Inova estão disponíveis no Globoplay e g1.